5 dezembro 2018.
Nesses dias letárgicos, quando uma etapa inédita da vida se abre, me encontro num redemoinho, no meio de furacões inéditos. Avisto, com surpreendente serenidade, uma espécie de outono, o couro da pele ajustado às perdas e à solidão. Após tanto luto, não desconheço mais a resignação. Passeio em campos de nostalgia como um viciado, num êxtase quase lisérgico, mas saboreio igualmente o agora com surpreendente avidez. Uma esperança suave como um pressentimento traz um fio de infância, quando me sentia integrado ao universo. Uma fresta de luz, que me atrai como um sol.